sexta-feira, março 09, 2007

Um é pouco. Catorze é bom

Recentemente Ryan Murphy fechou um contrato (de 7 dígitos) com a FX para produzir Nip/Tuck até a sua sétima temporada. Lendo essa notícia a gente começa a pensar: Puxa, que bacana! A série é tão bem escrita, tem personagens tão bem desenvolvidos, diálogos geniais, Joely Richardson de volta (yey!) e mil coisas boas...Só que enquanto eu celebro, começo também a refletir... Nip/Tuck agora terá 22 episódios por temporada. Muitos consideram isso ótimo, mas eu acabo ficando com o pé atrás... Nip/Tuck é daquelas séries que são bacanas porque suas temporadas são distribuídas em doses homeopáticas. A primeira temporada, por exemplo, teve 13 episódios e foi maçante pra burro! O mesmo aconteceu com a segunda temporada e as seguintes... Aí eu fico pensando se não seria muito arriscado colocar mais episódios em uma série tão forte e de tanto impacto quanto Nip/Tuck.
Forçar mais episódios em uma série que não precisa de capítulos extras é uma das maiores besteiras que se pode fazer...
Peguemos os exemplos das séries inglesas então: "Coupling" nunca chegou a ter mais de 12 episódios por temporada. "The Office(UK)", "Prime Suspects", "As If", "Extras" também nunca se igualaram à marca de 22 episódios por ano, como na mioria de seriados norte-americanos. Tornaram-se "séries de autores". Stevan Moffat e Ricky Gervais escreviam todos os episódios das curtas temporadas de suas séries, fazendo com que elas fossem do jeito que foram idealizadas, com piadas retomadas em outros episódios e nunca descartáveis ou repetidas. Coupling e The Office foram séries únicas por esse fato. Já haviam sido elaboradas por completo antes da estréia, tornando desnecessária a corrida frenética para completar 20 e tantos roteiros de episódios em apenas um ano, com certas piadas e situações equivocadas e desesperadas.
Marc Cherry vendeu a primeira temporada de Desperate Housewives completinha, bem planejada e com histórias já criadas. Por isso a série, apesar de seus 24 episódios, deu tão certo...Por outro lado, o criador da dramédia teve de se afastar da produção da segunda temporada devido ao stress que teve por escrever tantos episódios sozinho. Bom, o segundo anos da série sentiu a ausência de seu criador e foi por água abaixo. Moral: Em séries de autor, muitos episódios por temporada estressam e prejudicam a qualidade da série. Por que você acha que séries como Weeds e Dead Like Me ficaram tão bacanas, consistentes e coerentes? Jenji Kohan e Brian Fuller criaram temporadas curtas, mas bárbaras e suficientes para suas premissas e temáticas.
Sem querer tirar o mérito de séries fantásticas como Grey's Anatomy, Veronica Mars, 24 horas (que, obviamente deve ter 24 episódios), não ficaria nem um pouco chateada se seriados diminuíssem suas quantidades de episódios... Se CSI, Without a Trace, Saturday Night Live, ER e outras outras séries baixassem suas cargas anuais de episódios para, em troca, melhorar em qualidade, o público e a produção agradeceriam.
O que me faz pensar que se Lost fosse uma minissérie seria, sem dúvida, um dos maiores marcos da história do entretenimento.

Marcadores: , ,

1 Comments:

At 9:35 PM, Blogger Charles Bosworth said...

Não sei.. Lost precisa de vários episódios por causa dos vários personagens. Talvez se cada um deles tivesse só um flashback poderia dar certo, mas para novos personagens aparecerem o mesmo número tinha que morrer. Seria estranho...

 

Postar um comentário

<< Home